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sábado, 17 de julho de 2010

"Lei do Banquinho" pode evitar surgimento de doenças

Por Jussara Lautenschläger - Diário Popular de Pelotas

Trabalhar em pé por mais de oito horas pode trazer sérios problemas à saúde. Algumas profissões exigem este tipo de esforço, mas medidas preventivas podem minimizar a situação e até evitar o surgimento de doenças. Os comerciários, por exemplo, estão amparados pela legislação 4.520 de 2000, que determina a colocação de mochinhos com altura mínima de 76 centímetros com tampo estofado. Mesmo assim ainda é reduzido o número de estabelecimentos que seguem a legislação, conforme dados do Sindicato dos Empregados no Comércio de Pelotas (Secpel).

O Secpel recebe diariamente denúncias de trabalhadores e da comunidade de que estabelecimentos comerciais ingnoram a legislação vigente. Como o sindicato não tem poder de fiscalização todas as queixas são encomanhidas para o Ministerio do Trabalho (MT) e para a Secretaria de Urbanismo (Seurb).

Além da Lei 4.520, a portaria 3.214 do Ministerio do Trabalho e Emprego, na Norma Regulamentadora (NR), item 17, cita a Ergonomia, na Segurança e Medicina do Trabalho.
A ergonomia é o estudo científico da relação entre o homem e seus ambientes de trabalho, que tem alguns objetivos básicos, entre eles estão possibilitar o conforto ao indivíduo e proporcionar a prevenção de acidentes e do aparecimento de patologias específicas para determinado tipo de trabalho.

Secpel - Na convenção de trabalho da categoria, explica a secretária geral do Secpel, Janete Porto da Silva, também está incluida esta cláusula. "Algumas empresas seguem a Lei e colocam assentos para os funcionários e com isto proporcionam uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores e para a empresa", relata Janete.
É importante destacar que a entidade de classe classe faz um trabalho de intermediação entre o comerciário e os orgãos reponsáveis pela fiscalizaçâo destas empresa. O sigilo de quem faz a queixa é absoluto. "Grande parte destes trabalhadores não denunciam por medo de perderam o emprego", conta Janete.

Sindilojas - O assesssor Jurídico do Sindicato do Comércio Varejista de Pelotas (Sindilojas), advogado Luis Antônio Jesus de Carvalho, destaca que a entidade orienta seus associados, remete cópias da legislalção e discute nas assembleias a legislação vigente.
O Sindilojas desenvolve permanentemente um trabalho extenso com a finalidade de conscientizar os lojistas, sobre a importância da lei e de seus benefícios para o trabalahdor e a empresa.

Fiscalização - A Secretaria de Urbanimso (Seurb) ao receber uma denúncia de que a Lei é descumprida, os fiscais vão até o estabelecimento comercial e é feita uma notificação e em caso de reincidência é aplicada uma multa de 50 Unidades de Referência do Muncípio (URMs).
O secretário de Urbanismo, Luciano Oleiro, destaca que também é realizado um trabalho de conscientização junto aos lojistas. "Se todos seguiram o que diz a lei o benefício será imediato", ressalta Oleiro. O órgão conta hoje com 14 fiscais e dos aprovados no concurso foram chamadas mais três.
Oleiro conta que a Seurb possuia apenas três fiscais para atender a demenda de toda a cidade. Com o concurso público foi possível ampliar o número de servidores e com isto intensificar a fiscalização. No ano passado a Seurb realizou mais de 10 mil procedimentos.

Descanso Merecido - A proprietária de um estabelecimento comercial localizado na rua 15 de Novembro, Marta Carapeto, 37, está dentro da legislação. Trabalham na loja três funcionárias e existem no interior da empresa dois banquinhos. A Lei 4.520 de 2000 determina que o número de assentos deve ser de um para cada dois trabalhadores. "Considero fundamental o funcionário sentir-se bem, porque o resultado será bom para o cliente, para a empresa e para o trabalhador", observa a empresária.
A comerciária Fernanda Souza, 19, gosta de usar sapatos com salto e conta que sem o banquinho seria difícil trabalhar em pé por oito horas. "Ninguém consegue ficar tanto tempo na mesma posição sem no final do expediente sentir dor nas pernas. No verão é pior ainda", relata Fernanda.

Sáude do trabalhador - O médico do trabalho, Waldemar Barbosa, explica que trabalhar por oito ou mais horas em pé, pode trazer problemas de saúde tanto para homens como para mulheres.
O médico explica que uma pessoa que fica na mesma posição vertical, sem sustentação da região lombar por um tempo prolongado, começa a sentir dores nas pernas e em consequência, ocorre o surgimento de varizes. O que causa este tipo de doença é a diminuição do retorno da circulação venosa dos membros inferiores por ação da gravidade e este retorno diminui com os anos. A maior incidência é no sexo feminino. A insuficiência venosa acarreta grave implicação socio-econômica, uma vez que é uma das enfermidades que mais provocam afastamento temporário da atividade profissional do indivíduo.
O paciente acometido por varizes procura o médico por três motivos principais: pelo sofrimento que causam, pela preocupação estética e pelo temor das complicações.
Os principais sintomas são dor do tipo queimação ou cansaço, sensação das pernas estarem pesadas ou ardendo, edema (inchaço) das pernas, principalmente ao redor do tornozelo, que, freqüentemente, melhoram com a elevação dos membros inferiores e agravam-se no fim do dia, quando se permanece por longo tempo em uma mesma posição, no caso em pé. Para quem trabalha no comércio deve ter cuidado, alerta o médico, com o tipo de calçado que usa. O indicado é o que a pessoa sente-se confortável, saltos não são indicados.

Fonte: http://www.diariopopular.com.br


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