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quinta-feira, 1 de abril de 2010

Chile. Médico pelotense relata impressões do terremoto

Por: Hélen Albernaz
helen@diariopopular.com.br

"Tudo que a gente já viu no cinema ou já ouviu falar é absolutamente diferente da realidade, é impossível imaginar a sensação", assim começou o relato do médico pelotense Waldemar Barboza sobre o terremoto que atingiu o Chile na madrugada de sábado (27). O médico estava no país havia uma semana em férias com a esposa quando ocorreu a tragédia e impediu que eles voltassem para o Brasil. Ele contou pelo telefone ao Diário Popular, que está tudo bem com os dois, assim como com todos que estavam no hotel do bairro Providência, em Santiago, onde estão hospedados. No local há uma média de 20 brasileiros e outros turistas de diferentes países, todos esperam ansiosos a liberação do aeroporto para poder voltar para casa.

Barboza narrou com detalhes o pesadelo vivido durante os minutos que a terra tremeu. "Nos sentimos impotentes perante a natureza", afirmou ao lembrar que as paredes realmente se mexiam, a cama pulava e o barulho era ensurdecedor. Quando o tremor parou todos foram para o saguão do hotel. "Me chamou muito a atenção como essas situações mostram sempre o melhor e o pior do ser humano. Ali, naquele saguão, cada um fazia o possível para ajudar os outros, eramos todos iguais", contou Barboza lembrando do momento em que um dos hóspedes apareceu completamente nu no lobby e ninguém ficou constrangido com a situação, "de imediato alguém saiu correndo para emprestar roupas, pois sabiamos que não tinha como ninguém voltar aos quartos".

Três dias depois do susto, dividindo o mesmo teto e a mesma angústia, o grupo tem momentos de descontração lembrando das situações vividas. O médico pelotense é chamado de baleiro, pois no momento em que todos tentavam voltar a sí, viu um vidro cheio de balas que estava na recepção e saiu distribuindo, "na hora pensei que uma balinha doce poderia ajudar a acalmar as pessoas, era fundamental manter o equilíbrio e não se desesperar", lembrou.


A comunicação ainda é precária no país, pouquíssimos dados oficiais chegam a quem está lá. Por isso, até agora a única informação mais concreta é de que na tarde de terça-feira, por volta das 15h, os voos internacionais começarão a ser liberados aos poucos. "Todos queremos ir para casa, mas é preciso ter paciência. Até porque sabemos que lá estará tudo bem e como deixamos, a situação de quem vai ficar aqui depois que formos embora é muito pior, por isso a ajuda humanitária é prioridade", afirmou o médico sobre o uso do aeroporto só para receber ajuda de outros países.

Família
A família de Waldemar também espera ansiosa o retorno dele e da esposa à cidade. De acordo com a filha do médico, Raquel Barboza Lhullier, os pais ligaram bem cedo na manhã de sábado para avisar a família de que estava tudo bem. "Nós dormiamos ainda e nem sabíamos da tragédia, por isso conseguimos manter a calma e desde lá nos falamos sempre que possível", contou.

Raquel está fazendo contato com os pacientes do pai que ligam a todo momento preocupados. "No consultório o telefone não para de tocar para saber notícias deles, mas é difícil conseguir avisar todo mundo de que está tudo bem", contou.


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